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20020829
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"A certain person asked the Master: 'Sir, which aspect of God is higher? That with form or without form?'the Master replied: 'Formless aspect is of two kinds: mature and immature. The mature one is very high indeed. It has to be reached through God with form. The immature one (...) is like darkness perceived merely by closing the eyes.' (870) 'You cannot conceive, think of, perceive, God otherwise than as a person, so long as you are a person with an ego of your own.' (864) At a certain stage in the path of devotion, the devotee finds satisfaction in God with form, and at another stage, in God without it.' (879) 'Though the non-dualistic Knowledge is the highest, you should proceed in your devotion first with the idea of the worshipper and the worshipped (i.e., with the feeling "God is the object and I am his worshipper"); then you will easily attain Knowledge.' (798) '(...) after having directly perceived God in His attributeless aspect, one realises that the same Deity Who is eternal by nature has assumed the form of the world in a playful mood.' (928)" ~ Sri Ramakrishna (India, 1836-1886)
2:08 PM
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Sim, sim. Fiquei sem conexão ontem o dia inteiro. Mas minhas funções vitais já estão reestabelecidas. ;)
1:41 PM
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Problemas por aí?
12:56 PM
20020828
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Qual é o problema em expor os próprios achados, desde que sejam sinceros? A idéia não é convencer ninguém, e sim apresentar ganchos e pautas (conforme, aliás, foi declarado logo nos primeiros dias deste blog ;). Abusar da assertividade (ou frustrar-se com sua ineficácia) seria, aí sim, um vício tipicamente "ocidental". Como esse é o único estilo de debate conhecido pela imensa maioria das pessoas por aí (e isso quando elas podem ser consideradas "tolerantes"), acabamos caindo no velho vício também - e sem nos darmos conta, porque é esse o formato dialético a que fomos acostumados desde criancinhas, e do qual temos que fazer um esforço consciente para sair. Eu já exasperei muita gente por raramente responder a uma pergunta frontalmente, mas sim acrescentando ramificações e sub-questões na resposta. Por alguma razão, meu cérebro desenvolveu-se dessa maneira por conta própria e só depois foi encontrar um tipo de expressão intelectual que incorporasse isso. Mas estou desenvolvendo um segundo estilo, e ele se baseia bem mais nas pausas que nas notas e acordes.
2:20 AM
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Sobre esse assunto, é leitura indispensável a primeira parte da compilação The Gospel According to Zen: Beyond the Death of God, aqui mesmo na nossa biblioteca. Os escritos dos autores incluídos são uma tentativa - com um século e algumas bombas atômicas de atraso - de propor saídas para a encrenca reciclando idéias antigas que saíram de moda no Ocidente desde o tempo de Platão. Quando estava ainda no começo do texto que vc linkou, pensei: "Nietzsche errou feio ao chamar o budismo de niilista. O Mahayana, ao menos, escapa conscientemente ao niilismo." Lá pela metade do texto, finalmente - pena que ele seja muito longo, ainda que todos os detalhes sejam necessários - o autor prova isso. E também escreve, com todas as letras: "para o budismo, Deus não está morto nem nunca esteve, simplesmente porque nele um Deus de estilo ocidental nunca existiu." A realidade é mais flexível do que é isso: no budismo é possível, sim, ter um Deus - ou quantos deuses o adepto quiser, se ele se sentir mais confortável - mas a simples fé não é o fundamento da salvação. A visão sugerida por Nietzsche do mundo como um sistema de forças (visão dinâmica) em lugar de um sistema de objetos (visão mecanicista) profetizou os achados da física quântica e também confirmou as filosofias hindus de várias épocas.
1:35 AM
20020827
{om}
God Is Dead: What Next? A Buddhist Response to Nietzsche
10:24 PM
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"'A 'scientific' interpretation of the world ... might ... be one of the most stupid of all possible interpretations of the world, meaning that it would be one of the poorest in meaning. This thought is intended for the ears and consciences of our mechanists who nowadays like to pass as philosophers and insist that mechanics is the doctrine of the first and last laws on which all existence must be based as on a ground floor. But an essentially mechanical world would be an essentially meaningless world. Assuming that one estimated the value of a piece of music according to how much of it can be counted, calculated, and expressed in formulas: how absurd would such a 'scientific' estimation of music be! Nothing, really nothing of what is 'music' in it!'" ~ Friedrich Nietzsche
10:22 PM
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Me diga apenas uma coisa que eu tenha escrito aqui que tenha sido mais bacana ou mais esclarecedora ou mais interessante que qualquer aspas que eu tenha publicado neste blog. Se você demorar muito, não acreditarei. Não é o caso de eu me auto-afirmar negativamente (tenho senso de auto-preservação), é o caso de eu aprender com o erro. Aliás, o que eu botei não foi uma auto-crítica, foi o aprendizado com o erro.
4:59 PM
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Eu acho que você não tem dito ou feito nada de errado. Não há necessidade de ser tão autocrítico. Quanto a responder apontando para o testemunho de quem chegou lá primeiro, a seção Biblioteca deste site é para isso mesmo. Por enquanto ela reúne trechos de apenas quatro dos livros mostrados. Aos poucos, porém, entrarão no acervo vislumbres do conteúdo de todos os outros. Eu mesmo não li todos até o fim. A grande maioria deles está fora de catálogo e seria impossível achá-los no idioma original por aqui, mesmo em bons sebos.
4:47 PM
20020826
{om}
CONSCIOUSNESS Existence or Consciousness is the only reality. Consciousness plus waking we call waking. Consciousness plus sleep we call sleep. Consciousness plus dream, we call dream. Consciousness is the screen on which all the pictures come and go. The screen is real, the pictures are mere shadows on it. ~ Sri Ramana Maharshi.
6:59 PM
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E assim, de galho em galho, a gente vai chegando a outras coisas muito bacanas rapidamente, como The Teachings of Sri Ramana Maharshi. Eu não sirvo pra falar nada sobre esse assunto, pelo menos assim, em plain text (ou em plain voice). Isso é coisa pra guru. A mensagem é uma coisa muito nobre e sábia, a eloquência do silêncio soa cada vez mais como o melhor a se fazer pra mim. Como pode ser ao contrário? Da próxima vez que alguém me perguntar coisas, eu darei o nome de um iluminado e lhe desejarei boa sorte. É o máximo que eu poderei fazer.
6:58 PM
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"Place your burden at the feet of the Lord of the Universe who accomplishes everything. Remain all the time steadfast in the heart, in the Transcendental Absolute. God knows the past, present, and future. He will determine the future for you and accomplish the work. What is to be done will be done at the proper time. Don't worry. Abide in the heart and surrender your acts to the divine." ~ Ramana Maharshi
6:47 PM
{om}
Krishna Das tem umas músicas divinas. "Namah Shivaya", por exemplo, com tanta beleza e presença quanto os hinos do George Harrison. Grande dica.
6:42 PM
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Krishna Zen
Devotee: 'Srila Prabhupâda, it's very difficult to control my mind when I chant. It wanders. ´Srila Prabhupâda: So what is the controlling of mind? You have to chant and hear. That's all. You have to chant with your tongue, and the sound you hear, that's all. What is the question of mind?
3:52 PM
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Tinha que ser indiano...
12:35 AM
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Quem quer que leia isto: ouça Krishna Das.
12:24 AM
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Budismo avançado: Nagarjuna, um dos maiores filósofos que você nunca ouve comentarem por aí.
12:22 AM
20020823
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Tenho que voltar um dia!
3:26 AM
20020822
{om}
bigbambooinc.com, "the Internet's largest incense collection". Incluindo: "Lowest prices on Nag Champa Incense", and "Over 500 varieties of World Incense". Atende em Pittsburgh, na Pensilvânia.
8:58 AM
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Os dois incensos que mais me fizeram bem: + Nirvana - Tibetan Aromatherapeutic Incense Himalayan Herbal Co. Fabriqué ça Inde pour H.H. The Dalai Lama's CTHE 16 Jor Bagh, New Delhi - 110003 (INDIA) + TARA Healing Incense Dr. (Mrs.) Dhadon Jamlink Tashi Choeling Monastery Jogi Bara Road, McLeod Ganj, Dharamsala - 176219, Distt, Kangra, H.P. INDIA
8:53 AM
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Calma, não se auto-flegele. ;) O centro já existe há anos, mas o templo com a sede própria, há menos de um ano. Você passou e não viu porque ele não estava lá como está hoje. Falando nisso, você volta?
8:48 AM
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Algumas vezes brinco que o Charles Bronson é meu mestre. Faço o teste: "lamas não podem matar", daí ponho o filme no vídeo, coloco uma estatuazinha do Buda sobre a TV, e fico rezando durante o filme, mas aos 10 minutos de filme já surge o impulso "mata, mata logo, vai!". Por isto ele é um mestre, aponta a violência oculta mas presente. Aponta a fragilidade latente… - Lama Padma Samten
4:10 AM
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Porto da Lagoa? Pô, passei na porta do templo e não vi.
3:47 AM
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Vc não parece ter em alta conta os incensos Padmini, mas eles têm uma marca bacana: Spiritual Guide... que solta um perfume muito mais delicioso sem queimar. Eu já deixei umas varetas soltas por aí, como se fossem sachês. O Padmini é um incenso de pó de carvão de sândalo impregnado de óleos aromáticos - bastante simples de fabricar. O Nag Champa é do tipo masala, isto é, composto primariamente de resinas vegetais semi-sólidas. Nos dois casos, o resultado é que os cheiros das varetas antes e depois de queimar são completamente diferentes. Tenho ainda dois do tipo dhoop, que é um bastão curto sem núcleo de bambu, mas eles soltam tanta fumaça que nem uso no meu apartamento.
Luxuoso mesmo é o ritual do incenso japonês (kodô). Não o de palitinhos sólidos (que aliás acho muito bons, bem mais suaves que os indianos), mas aquele sistema complexo que envolve uma cuba de cerâmica cheia de pó de cinza, depositada de uma forma toda especial, com um carvão em brasa escondido dentro, tudo coberto por uma folha transparente de mica (mineral flexível, antigamente usado em isolamento elétrico) sobre a qual se depositam pequeninas lascas de madeira aromática. Ufa!
3:38 AM
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Eu vejo em muitas variantes budistas uma prática de adoração aos bodhisattvas que tem enorme similaridade com a devoção aos santos católicos. E no budismo da Terra Pura, repetir determinado mantra é o método certo para garantir uma reencarnação feliz no paraíso, o que tem enorme similaridade à prática dos cristãos leigos. Em ambos os casos, a salvação por si mesmo é substituída pela salvação por outrem. Pessoalmente não gosto desta, mas entendo que muita gente, talvez a maioria, precisa de um "caminho suave". A propósito disso, existe um trecho muito elucidativo na página 198 de Buddhism, de Christmas Humphreys:
The lower ranks of the Tibetan pantheon are filled with a mixture of personified natural forces which range from manifestations of the above [bodhisattvas] to human saints such as Tsong-ka-pa, and a host of godlings, difficult to identify, which have been erected for worship by the joint imagination of Indian bhakti yoga [prática devocional] and Tibetan superstition. To the charge of the deification of the better of these Gods, J. E. Ellam, who discussed the question with various learned Lamas, puts the defence. 'The mind of man, said the Lama, is prone to superstition. If left to themselves ignorant people will invent their own superstitions, and it is better that they should find their superstitions prepared for them with a definite object in view. The deeper teachings are beyond the capacity of the majority, and if superstition helps the common people to a better life, why remove it?' Before the Western reader scornfully rejects such a defence he might reconsider the observations of the best of modern psychologists, who point out that we have rid ourselves of none of our medieval superstitions but merely given them new ('psychological') names, and the demons which were once removed with bell and candle now yield, or equally refuse to yield, to the technique of the psychiatrist's consulting-room.
1:14 AM
20020821
{om}
Trocando em miúdos menores ainda, para os cristãos Jesus foi o único bodhisattva. Porque ninguém mais foi ou será um "enviado" de Deus, ele é único, assim como a salvação só se dá de uma forma - para o cristianismo: pela Igreja cristã. Essa é uma diferença básica entre hinduísmo/budismo e o cristianismo, que é exclusivista. Já publicamos aqui que uma das nove crenças básicas do hinduísmo, por exemplo, é uma meta-crença: "os hindus acreditam que nenhuma religião em particular detém o único caminho para a salvação, pois a verdade é uma, mas os caminhos são diversos". Teríamos uma situação interessante se cruzássemos as visões: São Francisco de Assis, na visão budista, por exemplo, seria um bodhisattva, um legítimo "enviado de Deus", ou um "iluminado em vida", mas para os cristãos não. Ou seria. Pra mim isso tudo é força-barra ou detalhe semântico: no fundo é a mesma coisa, é problematização humana de uma realidade que está além disso.
10:51 PM
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Antes que alguém reclame, chamar Jesus de bodhisattva é, sim, adequado, porque esse título se dá aos que alcançaram a iluminação suprema e então dedicaram o resto de sua existência a ajudar os outros seres. Nenhuma novidade aí, não? Se há uma diferença, é que para os cristãos Jesus é um avatar divino - Deus em forma humana. Os seres humanos normais teriam eventuais experiências de contato com a divindade, mas somente seriam imbuídos dela em casos especiais muito raros, registrados e estudados pela igreja (e desde que a pessoa em questão pertença à igreja, naturalmente). O hinduísmo afirma que o divino existe no interior de todos nós, não sendo necessário procurá-lo externamente. Alguns apenas o "encontram" e manifestam com mais facilidade do que outros. A condensação do princípio supremo em formas externas serve para catalisar a "conexão" interna. De modo que a "idolatria" acaba não sendo nada daquilo a que estamos acostumados a conceber no Oeste.
8:11 PM
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Não, o Nag Champa é vendido em Sampa (rimou) na loja Hera Mágica, que fica na esquina da Humberto Primo com Pelotas, ao lado do Sesc Vila Mariana. Um dos donos é o especialista em mitologia celta Claudio Crow Quintino, que é sempre uma ótima conversa (mas vive cercado de gente fazendo perguntas). Bem em frente à Hera fica uma loja indiana que vende, além das coisas de costume, preciosos CDs indianos. Lá comprei um recente do Pandit Ravi Shankar e outro com o mantra OM numa gravação contínua em loop de 44 minutos.
7:51 PM
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Há um termo no Hinduísmo que equivale ao budista Mahayana para "bodhisatthva". Chama-se "jiva-mukta", ou "o liberado em vida". Pra quem pouco ou nada ouviu sobre bodhisattva/jiva-mukta, talvez o equivalente mais conhecido fora do hinduísmo e do budismo atenda pelo nome de Jesus Cristo.
4:26 PM
{om}
Você comprou esse Champa daquela distância toda?
4:24 PM
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Há uma carência secular de incensos em Floripa. Aparentemente, o único lugar público onde se encontra esses precisoso mensageiros dos aromas é no centro budista tibetano Rigdjed Ling, na Lagoa da Conceição. Lá se vende dois ou três tipos daqueles incensos com mais de trinta ervas, especiais. São feitos naqueles centros do Dalai Lama, no Tibet e na Índia. Deve haver outros lugares, mas garanto que são escondidíssimos. Fora esta opção, resta-nos os palitos adocicados da Padmini e cia.
4:22 PM
20020820
{zen}

Eu tinha uma caixa de Satya Sai Baba Nag Champa negligentemente misturada no meio de umas 30 outras, de marcas diversas, e nunca a tinha experimentado a sério. Mas por ter começado uma disciplina prática diária, apareceu a oportunidade de fazer alguns testes. Nisso, acendi casualmente um Champa e... (resistindo à tentação do trocadilho) gostei. Só depois fui aprender que é a marca indiana mais vendida no mundo. O aroma é doce e a fragrância nunca é percebida duas vezes pelo nariz da mesma maneira, proporcionando profundas meditações aromáticas. Outra marca da mesma fábrica (que parece ser a mesma fórmula com outro nome) é "Geet Govind".
1:32 AM
20020817
{om}
Você completa o curso com os seguintes links: + A Practical Sanskrit Introductory, by Charles Wikner; + Learn Sanskrit through self study - Interactive on-line lessons.
9:59 PM
{om}
Sugiro que suguemos esse alfabeto e o coloquemos aqui, mas com um preload das imagens, que foi a única coisa que faltou nesse esquema maneiro do alfabeto sânscrito do Instituto.
9:40 PM
{om}
The American Sanskrit Institute presentes: The Sanskrit Alphabet Roll over each letter with your mouse to get the transliteration Não se esqueça de conferir: + Positions in the Mouth; e o + Easy Guide Sanskrit Pronunciation. Classe.
9:38 PM
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Bem-vindo ao mundo da Arial. ;) Desculpe, foi a pressa. Já arrumei..
9:36 PM
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Naquele programa que eu falei aqui do Louis Theroux, numa das partes ele encontra um americano (que eu também já citei aqui) que carrega uma espécie de crachá que diz algo como "O silêncio é sagrado". E o Theroux pergunta pra ele: "pra que esse crachá? é pra você não conversar comigo, né?". E o Amirudan (o tal cara) responde com um sorriso absolutamente puro e compreensivo: "não, é só para eu me lembrar de não ter conversas inúteis". Tudo isso pra dizer que algumas coisas, como essas que você postou, me dão a confiança plena de que este blog é uma das coisas realmente úteis e bacanas que eu estou envolvido. Não é conversa jogada fora. É a mistura do valor do livro com o valor do conhecimento com o valor da conversa com o valor da pergunta com o valor da resposta com o valor da reflexão. Mistura não, adição, multiplicação.
Ora, é claro que qualquer caminho é o caminho, que todo caminho é o caminho. Mas algumas partes do caminho emergem da roda do maya, funcionam como faróis para o vôo magnânimo dos nossos verdadeiros eus. Ou, como diria o Rinpoche que toma conta do templo budista aqui do Sul, "as pessoas comuns vêem o mundo como se fosse um espelho, os monges como se fosse uma janela". Acho que isso aqui às vezes nos ajuda a transformar o mundo em janela. Ou, como diria o nosso colega Gautama, nos ajuda a acordar.
9:34 PM
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Arranje um cantinho sossegado e uma almofada gostosa. Acenda um incenso de sândalo. Sente-se com as costas bem retas. Coloque as mãos sobre os joelhos, com as palmas para cima, e balance o corpo lentamente da esquerda para a direita, de movimentos maiores a movimentos menores, como um pêndulo, até encontrar o centro de equilíbrio do corpo. Pare aí. Inspire profundamente e solte o ar lenta e completamente pela boca. Relaxe os ombros. Inspire novamente e solte o ar pela boca. Então cerre os lábios, coloque a ponta da língua no céu da boca e respire pelas narinas. Mantenha os olhos entreabertos, apenas pousados à sua frente. Ouça todos os sons. Sinta todas as fragrâncias. Perceba o ar, a temperatura em sua pele. Você está pensando? Ou não está pensando? Verifique sua postura. Costas eretas. Cabeça como se um fio puxasse para o céu. Pernas firmes pela força da gravidade. Não julgue. Nem certo nem errado, nem bonito nem feio. Seja. Apenas sentar. Intersendo com tudo que existe. Que bom estar viva. Este instante aqui e agora é o céu e a terra. Isso é tudo. Tudo é nada. - Monja Coen
5:56 AM
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No ar a primeira de três partes de seleções da interessantíssima jornada intelectual-religiosa de Alan Watts, contada por ele mesmo. Só pelos inúmeros pontos em comum com este humilde leitor, já valeria o OCR. Mas, além de qualquer assunto ou opinião, é uma obra de arte em palavras, como todos os seus outros livros.
5:52 AM
20020816
{zen}
Nada. Se tentasse esclarecer ou retribuir as mancadas todas as vezes, só faria isso pelo resto da vida.
1:18 AM
20020815
{om}
Quando uma pessoa não te entende, ou faz que não te entende, tenta te ridicularizar, o que você faz?
8:21 PM
20020813
{zen}
Bodhidharma (470-543), o homem que levou o Zen da Índia para a China, na visão de vários adeptos dessa escola:
 Miyamoto Musashi (séc. 17)
 Hakuin (séc. 18)
 (ainda não achei o autor)
Os mestres Zen são famosos por sua irreverência. Eles chamam um ao outro de "desmiolado", as sagradas escrituras de "papel inútil" e o Budismo de "uma doença". As pinturas Zen retratam grandes mestres como ridículos e cômicos. Desse modo eles previnem que seus alunos os idolatrem como seres iluminados e os ajudam a perceber que devem buscar a iluminação sendo eles mesmos.
"Frequentemente os mestres Zen referiam-se uns aos outros como 'sacos de arroz velhos' e outros termos descorteses; não por inveja, mas porque isso os distraía de pensar que fossem considerados, pelos padrões comuns, especialmente sagrados. Eles perceberam que tudo é sagrado, até potes de comida e folhas secas caídas levadas pelo vento, e não há nada particulamente venerável acerca deles mesmos." - Alan Watts
- Timothy Freke: "Zen Palavra Básica", p. 60
11:03 PM
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Não, você está superestimando a vontade ou capacidade das pessoas em se informar ou se expor a idéias diferentes. E o senso de ridículo é presente em absolutamente todo mundo, do palhaço ao santo. Apenas o limiar varia de um a outro.
2:29 PM
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"Problema cultural" é uma coisa muito mais nobre do que isso que voce falou. Isso é brincadeira de criança - seja na idade física ou mental. Mas, mesmo se existisse esse "problema cultural" como vc falou, nada como a informação e o conhecimento pra desproblematizá-lo. Ao menos pela tolerância. Viva as vacas! :)
8:16 AM
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Hoje vi uma cerejeira em flor.
1:18 AM
20020812
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Desliguei temporariamente o script de imagem rotativa porque este blog está quase impossível de publicar e estou começando a desconfiar de alguma coisa no Blogger.
10:16 PM
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Temos um problema cultural aqui. Por estes lados a vaca é tida em baixíssima conta moral. Além de se comer a carne sem qualquer vestígio de reflexão sobre o sofrimento que a gerou, "graças" à abstração do abate, "vaca" e "bovino" são usados no máximo como pejorativos para as pessoas. Estereótipo negativo também aflora quando se vai falar em budismo para um leigo e ele retorque - às vezes sem maldade, no reflexo mesmo - com o velho trocadilho Buda = bunda. Ou então, acusa que você "está engordando para imitar o Buda", já que o único Buda registrado no inconsciente popular é aquele chinês gorducho de botar em cima da geladeira. (Não estou inventando, essa tosqueira já aconteceu comigo...) Nem vou comentar "a ióga"...
10:01 PM
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É o seguinte: existem as coisas como elas são, e existe uma visão delas, limitada e interpretada pela nossa mente. A mente só funciona dentro do domínio do tempo. As coisas em si são traduzidas em coisas vindo-a-ser (Krishnamurti: becoming). O ser humano, devido à ação da mente, sempre quer ser alguma coisa que não é neste momento. A distância entre o agora e o depois cria a angústia da existência. É motor da roda do Samsara. Sair da roda implica parar o tempo, e já que a mente só existe no tempo, parar a mente.
9:53 PM
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Uma História sobre a Perseguição da Felicidade. Essa historinha já é bem conhecida da gente aqui na América (talvez com outros personagens), mas contém uma mensagem simples que estou trazendo aqui apesar de sua obviedade, pois um minutinho a mais de reflexão pode gerar novos e valiosos frutos .A Story on The Pursuit of Happiness An American businessman was vacationing in a small coastal Indian village when a man walked past with his bullock and a cart full of mangos. The American complimented the Indian on the quality of his fruit and asked how long it took to grow and harvest them. The Indian replied that it took only a little while. The business man asked him how many trees he owned. The Indian replied that he only had a small orchard, plus a milk cow and a bullock, and his wife had a garden.
The American then asked, "Why didn't he buy some more trees and spend a little more time each day harvesting?" The Indian said he had enough to support his family's immediate needs with just a morning's work. The American then asked, "But what do you do with the rest of your time?"
The Indian said, "I wake up early, finish my work by noon, have lunch, play with my children, take an afternoon nap, and stroll into the village each evening where I sip a lassi and casually visit with my friends. On Fridays I take my wife and children to the temple. On Saturdays I sell my mangos to my neighbor and he takes them to market in Chennai. I have a full and busy life, friend."
The American scoffed, "I am a Harvard MBA. I could help you. You should spend more time farming and with the proceeds, buy more trees. After a while, you could use the proceeds from the bigger orchard to buy more acres of land, many different kinds of trees, and eventually you would have a big business."
The business man's eyes grew bright and he stared off into the distance as he continued, "You could own the whole village and your friends could work for you. Instead of selling your produce to a middleman you would sell directly to the marketplace, eventually opening your grocery business. You could buy a fleet of trucks to ship your produce around the country, or perhaps around the world. You would control the product, processing and distribution. You could start a jam and pickle company and buy out your competitors. You could leave this small coastal village and move to New Delhi, then London and eventually NYC where you will run your expanding enterprise."
The Indian asked, "But friend , how long will this all take?"
The American replied, "15-20 years."
"But what then, friend? I will be old by then," the Indian said.
The American laughed and said "When the time is right you would sell your company stock to the public and become very rich. You would make millions."
"Millions, friend?" the Indian said, "I cannot count that high. And then . .. . ?"
The American said, "That's the best part. You could retire and live a simple life. Move to a small coastal village, play with your grandchildren, take afternoon naps, build a garden for your wife, and stroll to the village in the evenings to sip lassi and casually visit with your friends."
7:24 PM
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Coisa lôca. Foi só falar nas vacas que elas chegaram por e-mail pra mim. A Comissão Nacional do Gado indiana tá querendo colocar um fim ao que chama de "matança do gado" na Índia. Sim, lá quase todo mundo é hindu mas se mata vaca, é mercado lucrativo exportador. Mas, enfim, eles querem acabar com isso. A certa altura da matéria, Ghuman Mal Lodha (chefe da comissão) explica que "matar vacas é pior que matar humanos porque elas não podem se defender". Sempre tive essa impressão intuitivamente, sempre concordei com esse modo de pensar (não só vacas, qualquer animal, naturalmente). Mas vamos colocar um trecho da notícia:Preserving the Life of the Sacred Cow NEW DELHI, INDIA, August 1, 2002: Established in August, 2001, the National Commission for Cattle has recently submitted a 1,500-page report to Prime Minister Atal Bihari Vajpayee advocating that cow slaughter be put to a stop in India. Presently, beef forms part of many peoples' diet and is a lucrative export product along with cow leather. Statistically, India has 200 million cattle. Ghuman Mal Lodha, acting chairman of the commission, says, "India is 85% Hindu. Killing cattle is worse than killing human beings as the animals cannot defend themselves." In the 1,500-page report, Lodha has recommended 51 different solutions such as, "Prohibition of slaughter of the cow and its progeny should be made a fundamental right, and a Central Cattle Protection Rapid Task Force should be set up with offices in each state."
7:17 PM
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The Greatest Giver. Em homenagem aos meus colegas indianos, gostaria de desfazer aqui algum possível equívoco da propaganda sobre a crença de que as vacas são sagradas na Índia. Sim, elas são sagradas. Assim como todos os animais, mas principalmente as vacas. Leia o trecho a seguir, da Himalayan Academy de Gurudeva, e seja feliz. Question: Why do Hindus regard the cow as sacred? Short Answer: "The cow represents the giving nature of life to every Hindu. Honoring this gentle animal, who gives more than she takes, we honor all creatures." Longer Answer: "Hindus regard all living creatures as sacred -- mammals, fishes, birds and more. To the Hindu, the cow symbolizes all other creatures. The cow represents life and the sustenance of life. It also represents our soul, our obstinate intellect and unruly emotions. But the cow supersedes us because it is so giving, taking nothing but grass and grain. It gives and gives and gives, as does the liberated soul give and give and give. The cow is so vital to life, the virtual sustainer of life for humans. If you lived in a village and had only cows and no other domestic animals or agricultural pursuits, you and your family could survive with the butter, the cream, yogurt, ghee and milk. The cow is a complete ecology, a gentle creature and a symbol of abundance." Explanation: "Who is the greatest giver on planet Earth today? Who do we see on every table in every country of the world -- breakfast, lunch and dinner? It is the cow. The golden arches and their rivals have made fortunes on the humble cow. When we were in Moscow in March, 1990, we learned that McDonald's had opened eleven of its cow-vending outlets there. The generous cow gives milk and cream, yogurt and cheese, butter and ice cream, ghee and buttermilk. It gives entirely of itself through sirloin, ribs, rump, porterhouse and beef stew. Its bones are the base for soup broths. It gives the world leather belts, leather seats, leather coats and shoes, beef jerky, cowboy hats -- you name it. The cow is the most prominent giving animal in the world today. The only cow-question for Hindus is, "Why don't more people respect and protect this remarkable creature?"
6:17 PM
{om}
Teaser novo. Se eu acredito que devo fazer tal coisa para me iluminar, estarei eu "attachado" (dependente) dessa crença? Eu quem, meu ego? Se há crença, há mente, há ego. Mas se eu não acredito que precise fazer tal coisa... bem, lá está sua crença novamente, só que agora você não acredita. Cada um faz aquilo que acredita ser o caminho, e todos estão "attachados" fortemente a isso (?). O sujeito que vai pro mosteiro está "attachado" à idéia de que ir ao mosteiro é o que ele deve fazer agora, é o que ele acredita. O sujeito que fica em casa vivendo o dharma em casa, age dessa maneira porque acredita nisso. Até mesmo o sujeito que pensa que está indo pro mosteiro simplesmente "por ir", no passo zen não-pensante, está fazendo isso porque acredita que o passo zen não-pensante é o melhor caminho. Estamos todos "attachados" a uma crença fundamental da mente, ainda que ela seja benéfica? Ou não? Neste sentido, o que é liberdade? É a possibilidade de você escolher a que você vai se prender?
6:05 PM
20020811
{om}
"Bem-vindo ao site (brasileiro) dedicada à Santa dos Abraços Amma". "Amma é a incorporação do Amor. Sua presença cura." - Deepak Chopra Há um templo para Amma no Brasil, chamado Amrita, em Araruama, no Rio.
3:56 PM
{om}
Piada contada no site oficial da Amma (Mata Amritanandamayi Devi), que segue abaixo com um trecho em destaque onde ela dá uma mensagem para aproveitar o espírito do humor:Reunião pela Paz Os líderes de três religiões - A, B e C - decidiram marcar uma reunião para selar a paz mundial. Deus ficou tão feliz com seus esforços que mandou um anjo para a reunião. O anjo perguntou aos líderes o que eles desejavam. O líder da religião A disse: "a religião B é responsável por todos os problemas. Então, por favor, elimine-os da face da Terra!" O líder da religião B disse: "a religião A é que é a causa de todos os nossos problemas. Você tem que reduzi-los a pó." Obviamente, a essas alturas o anjo já estava totalmente desapontado. Então virou para o líder da religião C. Com uma expressão de séria humildade, o líder da religião C disse: "Não quero nada para mim. Será suficiente se você agraciar os desejos dos meus dois colegas." - (A mensagem de Amma) Crianças, devemos primeiro plantar as sementes do amor, paz e paciência dentro de nós mesmos. O segredo para a paz mundial está dentro de cada um de nós neste planeta. A paz não é somente a ausência de guerra ou conflito, vai muito além disso. Transferir simplesmente as armas nucleares de todo o mundo para um museu não irá trazer a paz por si só. As armas nucleares da mente deve ser eliminadas primeiro.
3:43 PM
{om}
Only those who experience true peace within themselves can give peace to others. Until we rid ourselves of our own hatred and hostility, all our attempts to achieve everlasting peace are bound to fail. The key to world peace lies with every individual residing on this planet. Today we are able to air condition the external world but we have yet to learn how to air-condition the mind. We need to purify our mental environment. A lasting and positive transformation in society can only be brought about by correcting the human mind. ~ Amma
3:22 PM
{om}
Estranhos Fins de Semana de Louis Theroux: Índia. Acabei de ver esse programa na GNT e recomendo efusivamente. Parece que são apenas duas edições, uma acabou de passar e a reprise é em algumas horas, às 2h30 da madrugada (domingo pra segunda). Grave se não puder ver. É um programa bem simples, mas ele tem um brilho bem especial. Louis Theroux, um jovem inglês típico cético, hosting de um programa que leva seu nome na Bravo/BBC, visita dois gurus pessoalmente e dá um abraço num terceiro, uma mulher chamada Amma - adorada naquela região da Índia como Jesus em Roma. Mas há outros momentos bem bacanas e impressionantes ("intensos") como o rápido encontro de Theroux com Amirudan, um americano hare krishna que se chamava Courtney Cooper e hoje vive num quarto com mais uns 20 amigos na Índia. Repare em todos os detalhes, valem a pena. E Hare Krishna.
3:18 PM
20020810
{om}
I consider myself Hindu, Christian, Moslem, Jew, Buddhist, and Confucian. ~ Mahatma Gandhi
9:55 PM
{zen}
O arquivo e a biblioteca estão em obras. Depois termino de arrumar.
2:45 PM
20020809
{zen}
Se entendi? Tá me tirando? Por que o blog não tem nome, mesmo? Hehehe.
11:17 PM
{om}
Eu sabia que o termo "rebanho" ia pegar em alguma coisa com vc. Tá certo, foi uma provocação marota para testar os reflexos. Você passou no teste. ;)
10:11 PM
{om}
Do you understand? Comprenez-vous? Capite? Wakarimasu ka? ;)
10:09 PM
{om}
A sua frase ficaria mais correta se você transmudasse o verbo "criado" por "mudado": "Em que pese termos mudado esses nicks...". O que fizemos foi justamente o contrário de rotular, foi desrotular. Isso é transitório. Amanhã, semana que vem, mês que vem, ou na hora que der na telha (é o ideal), mudamos novamente. A desrotulização vai se completando gradativamente, até que nós mesmos nos confudamos frequentemente com a autoria. ;)
10:06 PM
{om}
Há um vírus chamado putZ.Rotulo.vsb que está fazendo blogs por aí estamparam a definição monolítica de budista para este blog. Opa.
10:02 PM
{om}
Isto não é um manifesto. E é. Mas não é só. ;)
9:59 PM
{zen}
Que foi esse manifesto? Alguém andou fazendo perguntas a vc? ;) Em que pese termos criado esses nicks bonitinhos para nós, quando alguém se prende muito a denominações, rebanhos, rótulos, está desviando a mira. Não: a Mira, com M maiúsculo. A pesquisa é boa pelo prazer que dá constatar que a Internet está madura para responder às perguntas mais cabeludas que posso formular no momento. Se bem que Picasso disse que "computadores não servem para nada, pois só podem fornecer respostas." Traduzindo: o trampo do raciocínio e do insight ainda é por nossa conta.
9:40 PM
{om}
Isto não é um blog budista. E é. Mas não é só. É hinduísta, é zen, é ióguico, é transcendental, é cristão, é taoísta, é bramânico, é druída, é tibetano, é científico, é espiritualista, é mahayana, é tantrista, é xamanista, é neo-pagão, é indiano, é brasileiro, é inglês, é francês. É om, é mu. Aummmmmmmmmmmmm.
9:26 PM
{om}
Esses trabalhinhos de pesquisa são ótimos e uma das coisas que valorizam as conversas. E que me dão uma alegria particular. O mais bacana é você acabar encontrando na Web coisas novas e muito mais legais que as que você já tinha e considerava sensacionais, sobre qualquer assunto, simplesmente porque você queria mais uma fonte do assunto. E pá, lá estava ela, muitas vezes dita por gênios, deuses ou sábios inquestionáveis como Padmasambhava, Milarepa ou Avalokiteshvara (pra citar o povo do seu rebanho). Aí depois ainda vem você e descarrega mais um monte de considerações maneiras. Pô, isso aqui poderia se chamar BARDOZEN (se é que você me entende). ;)
6:08 PM
{zen}
Desculpe a irreverência, mas nem todo mundo ouviu falar em bardo, não, e posso apostar dinheiro que a imensa maioria que leu isso aqui pensava que se trata de um menestrel ou um epíteto de Shakspere. Mas como vc é sensível à minha provocação, fez um trabalho admirável buscando as informações pertinentes. Aliás, tó um koan pra você: se Deus é onisciente e o Google é onisciente, seria o Google Deus?
2:39 PM
{om}
Bardo - "bar" tibetietikai reikia "tarp", o "do" - "du", taigi paraidiui - "tarp dviejø" (bûsenø), bûtent tarp mirties ir atgimimo. Todël verèiama "tarpinë bûsena". Trys Bardo stacijos: Èikhai, Èionyid ir Sidpa.
8:56 AM
{om}
Etimologicamente, se não me engano bardo significa "entre dois". Ou seja, estágio intermediário.
8:54 AM
{om}
Todo mundo já ouviu essa palavra: BARDO. Bardos são simplesmente "realidades transitórias em constante mudança". Ou seja, a vida contém uma série de bardos. Mas os bardos são classicamente conhecidos como os estágios entre a morte e o renascimento. Segundo Sogyal Rinpoche, em O Livro Tibetano do Viver e do Morrer, um dos mais maravilhosos livros do mundo:
...a palavra bardo é comumente usada para designar o estado intermediário entre a morte e o renascimento, mas na realidade os bardos estão continuamente ocorrendo tanto na vida quanto na morte, e são momentos críticos em que as possibilidades de liberação, ou iluminação, são intensificados". (pag.29) Baseado nisso, os budistas tibetanos acreditam em quatro realidades continuamente interligadas, conhecidas como os quatro bardos:1) o bardo natural desta vida; 2) o doloroso bardo da morte; 3) o luminoso bardo do dhármata*; e 4) o bardo cármico do vir-a-ser. *Dhármata: A realidade absoluta; a essência pura de toda a realidade. Tudo que Sogyal fala, neste livro principalmente, é baseado no conhecimento do Bardo Thodol (Bardo Trödol Chenmo), ou Livro Tibetano dos Mortos, outra clássica e fenomenal escritura budista. Sobre os bardos, ele diz ainda:"Os bardos são oportunidades particularmente poderosas para a liberação porque são, segundo nos mostram os ensinamentos, certos momentos muito mais poderosos do que outros, e muito mais carregados de potencial; tudo o que se faz neles tem um efeito crucial e de longo alcance. Penso num bardo como sendo um momento em que se marcha para a beira de um precipício; tal momento, por exemplo, ocorre quando um mestre introduz um discípulo à natureza essencial, original e mais profunda da mente. O maior e mais intenso desses momentos, no entanto, é o momento da morte." (do mesmo livro)
8:52 AM
{om}
A tag que inclui a primeira referência de autor do blog parece que aumenta e um ponto o tamanho do autor, já viu isso? Esquisito. Só acontece na primeira.
8:34 AM
20020808
{zen}
O Blogger estava dando pau. Não está mais.
10:14 PM
{zen}
Agora tem que explicar o que é bardo! ;)
9:30 PM
{om}
Uma informação curiosa cultivada por hindus e budistas diz respeito à receitação de mantras na hora da morte. Sendo a morte consciente um ideal hindu e budista, o momento da morte vira um instante de serenamento e meditação, o mais decisivo e profundo entre todos os momentos da vida, e lá está o mantra para fazer parte do caminho. Caso a pessoa morra inconscientemente, como por ignorância ou no caso de acidente, hindus e budistas relacionados àquela pessoa têm a responsabilidade de recitar mantras que o ajudarão nos bardos, como "Om Namah Shivaya" e "Om Ami Dewa Hrih".
8:49 PM
{om}
Mantra e oração são diferentes, mas há poderes em comum entre ambos. Esta notícia também é no estilo "aval científico", interessante a declaração do médico envolvido. Pra saber mais, clique no link, que leva à notícia original da ABCNews:Power of Prayer A Columbia University study of 199 women in Korea undergoing in vitro fertilization found that those who were prayed for, unknown to them, by prayer groups in North America and Australia were twice as likely to get pregnant. The women who were prayed for had a 50 percent pregnancy rate vs 23 percent for women in the control group. According to lead author Dr Rogerio Lobo: "I didn't believe it, really. Because it stands out there as controversial, we wondered whether we should publish it, but our feeling was, it was significant."
8:07 PM
{om}
Esse é quase off-topic, mas é tão bonito que eu não resisti. Ave Maria em latim:"Ave Maria, gratia plena Dominus tecum, benedicta tu In mulieribus et benedictus Fructus ventris tui Jesus. Sancta Maria, Sancta Maria, Maria ora pro nobis, Nobis peccatoribus, Nunc et in hora mortis nostrae. Amen
7:58 PM
{om}
Effect of rosary prayer and yoga mantras on autonomic cardiovascular rhythms: comparative study. Este estudo feito por pesquisadores e professores de Departamentos de Medicina na Itália e publicado no British Medical Journal é apenas uma das amostras dos efeitos científicos dos mantras. Os mais óbvios: melhoria instantânea no sistema cardio-vascular e pressão sanguínea. O pessoal da TM (Transcendental Meditation) é muito interessado nesse tipo de resultado científico, até porque um dos seus trabalhos é a divulgação da TM no Ocidente, que se guia muito (ou exclusivamente) pelo aval científico da coisa. Esse link tem até espectros e oscilações rítmicas da respiração e do coração capturadas durante a experiência.
7:55 PM
{om}
Mantras são deliciosos. E hiper-ultra-poderosos. Quem já ouviu uma gravação de um mosteiro tibetano com lamas afinadíssimos sente a força. Difícil pra mim é tentar encontrar os principais mantras hindus. Tem o OM, o mais antigo de todos, tem o OM NAMAH SHIVAYA, enfim, literalmente milhares. Vou descobrir alguma coisa.
7:48 PM
{om}
Uma palavrinha sobre o "tal" Vazio. Ou melhor, um relato. A autora é Mellen-Thomas Benedict, que durante uma hora e meia foi dada como morta, em alguma data em 1982. É isso, um relato de uma NDE - Near Death Experience, que afinal de contas não é das melhores coisas que eu acredito para se conversar sobre isso, mas o relato é muito bacana. E, por um ocaso, chama-se The Void of Nothingness (O Vazio do Nada). P.S.: Muitas tangências com as idéias de "consciousness" ou "awareness".
2:57 PM
{zen}
Alguns mantras budistas: Om Mani Padme Hum Mantra tibetano de Avalokiteshvara/Chenrezig Namo Amida Butsu Nembutsu da seita Shin (Jodo-Shinshu) Nam Myoho Renge Kyo Daimoku da seita Nichiren Gate, Gate, Paragate, Parasamgate, Bodhi, Svaha! Mantra do Mahaprajnaparamita Sutra (Sutra do Coração)
2:51 PM
{zen}
Outra coisa que não lembrei de mencionar antes é o enorme grau de concordância entre as idéias do Vedanta e do budismo primitivo. Antes do Buda histórico, já havia uma cosmogonia bem definida envolvendo a reencarnação, múltiplos níveis de existência, unidade fundamental do Universo e a possibilidade de migração do ser humano para os planos superiores em que vivem os deuses. Os cinco ascetas a que Gautama se uniu no começo de sua jornada estavam em busca do estado de Arhat (semideus) mediante a anulação dos elos com a vida material. Eventualmente, ele achou o método severo demais e limitado em aplicação - o que não impediu que surgissem muitos outros ascetas na Índia até os dias de hoje, já que um fundamento do hinduísmo e também do budismo é a tolerância às tendências intelectuais das pessoas. Essa tolerância permitiu a divisão do budismo, logo após a morte do Buda histórico, em várias escolas com ênfases diversas. A divisão mais básica é entre Hinayana - representada pela escola Theravada do sul da Ásia - e Mahayana - que engloba desde a corrente tibetana até as chinesas e japonesas. Simplificando bastante, a Hinayana é mais próxima aos textos mais antigos do cânone, e sua ênfase é na auto-salvação individual. A Mahayana enfatiza mais a ajuda ao próximo. Dentro da Mahayana encontramos um amplo espectro de estilos de pensamento, que vão do realismo pós-intelectual do Zen até a devoção pura do Shin, que muita gente até acha que nem deve ser considerado como budista, pois tem mais a ver com os cultos teístas e até com as religiões ocidentais. O Zen é a escola mais intelectualizada e sóbria; tanto que é chamada de "Caminho Abrupto". Respeita a experiência direta e despreza a especulação filosófica. Considera o acúmulo de conhecimento útil somente até certo ponto, e depois um incômodo a ser eliminado. A prática do Zen visa ultrapassar as limitações da mente comum e fazer enxergar o mundo como realmente é. Essa realidade absoluta é chamada de Vazio (Sunyata), o que parece um paradoxo, mas apenas indica que as coisas não têm essência independente. O Shin é uma seita ritualística que pratica a adoração dos Budas e Bodhisattvas (santos) e recomenda a recitação constante de um mantra (Namo Amida Butsu) como meio infalível para assegurar a reencarnação num paraíso transcendental, a Terra Pura. O budismo tibetano, bastante na moda por aqui e no Ocidente em geral, é colorido e eclético. Tem influências simultâneas do Mahayana e do Hinayana, incorpora várias coisas da religião nativa do Tibet e contém uma dose generosa de tantrismo de origem hindu.
2:33 PM
{om}
Os Yoga Sutras de Patañjali foram citados como introdução porque fazem essa ligação com o Saamkhya (que foi citado mais abaixo no trecho sobre filosofias da Índia), porque são das poucas escrituras unificadas e porque eu não encontrei algo mais bacana diretamente do Feuerstein, que é a introdução que eu gostaria de usar (particularmente, eu ancoro no porto não-dualista). Mas ela estará aqui, eu a encontrarei. De qualquer maneira, há outras coisas a serem conversadas sobre o Yoga que não só sua relação com a dualidade, como por exemplo a relação com a ortodoxia e heterodoxia das filosofias da Índia - cuja discussão envolve a autoridade dos Vedas, os livros sagrados hindus. É importante notar que essas não são conversas apenas sobre aspectos técnicos nem sobre pormenores teóricos: a natureza da sua prática semanal de yoga, por exemplo, está totalmente conectada com a natureza do yoga a que você foi introduzido. Que por sua vez vai espelhar os seus objetivos, a sua prática, os seus efeitos, o seu dia-a-dia, etc.
11:11 AM
{zen}
Só pra desfazer alguma confusão, escolhi falar especificamente do budismo não para limitar o blog, mas porque só ele já é um escopo muito largo, à parte minhas predileções pessoais entre os aspectos específicos da filosofia.
Cabe notar sobre o Yoga de Patañjali que a dualidade Purusha/Prakriti é um pouco fora do usual no pensamento hindu em geral, e que muitas variantes de Yoga são de base estritamente não-dualista.
1:45 AM
{om}
Ok, agora o YOGA. Peguei essa introdução do Sarva Darshana Samgraha (A Compendium of Philosophies), que traz um resumo interessante do aspecto filosófico do Yoga. Na ordem, (1) a Origem da Palavra, (2) a Importância para a Índia, (3) um sumário dos Yoga Sutras de Patanjali e (4) o método óctuplo para controle da mente e do corpo. Ei-los.YOGA The word Yoga is derived from the root Yuj - 'Yujyate anena iti Yogah'. Panini's dhatupatha (collection of roots of Sanskrit words) mentions this root in 3 different conjugations giving three different meanings. In the fourth conjugation (Yujyate) the root signifies 'samaadhi' i.e. absorption or tranquility, in the seventh conjugation (Yunakti) it denotes Yoga i.e., joining or yoking; and in the 10th conjugation (Yojayati), it means 'samyamana' i.e., judicious control. Of these, the original root, as the early usage indicates, seems to be the one in the seventh conjugation and the other meanings seem to have been coined when the word Yoga got its special meaning of yoking body, speech and mind for achieving tranquility and thus controlling them judiciously.
IMPORTANCE OF YOGA IN THE INDIAN TRADITION Yoga as a practice, which involved austerity, discipline, control and meditation was in vogue amongst all ethical schools of Indian philosophy - both orthodox and heterodox. The Rig Veda refers to Yoga techniques on meditation. The Atharva Veda describes the supernatural powers to be obtained by Yogic practices. Some Upanishads considers Yoga as the inward search for knowledge of reality, while others refer to its practical side. The Buddha too was familiar with both sides of Yoga. The YogAcAra school of Buddhism openly combines Buddhist doctrines with Yoga and insists that liberation can be obtained only with the practice of yoga.
PATANJALI'S YOGA SUTRAS : A SUMMARY Patanjali's Yogasutra is divided into four parts : - the aim of meditation (samaadhipaada), - the practice of meditation (saadhanapaada), - the powers attained by such practice (vibhutipaada) and - the nature of liberation (kaivalyapaada).
Patanjali accepts the general conceptions of the Saamkhya - of the world evolving from Praakriti, innumerable Purushas observing the evolution and falling into bondage mistaking the actions of Praakriti as belonging to themselves and the liberation effected when the Purusha realizes its true identity. But as his system is aimed more towards a practical path to liberation, he introduces the following modifications to the Saamkhyan principles, which gives his system a distinct identity:
1. God is introduced as the principle who guides the evolution of Praakriti to fulfill the desires of the Purushas. But the aim of Patanjali's Yoga is not union with God. It is the separation of the Purusha from Praakriti. God helps the Purushas in their efforts to gain liberation. 2. The development of Praakriti - starting from the Mahat, while the ahamkAra (self sense), manas (mind), the five senses of cognition and the five of action develops on one side, the five subtle substances produces the five gross elements on a parallel line. 3. While the Saamkhya considers the buddhi (intellect), manas (mind) and ahamkAram (ego) as distinct organs, the Yoga clubs all three into one single organ called the chitta, which unlike the mental mechanism of the Saamkhya is all pervasive. 4. The Yoga has no need for a subtle body, as it considers the senses organs to be material in nature. 5. The Saamkhya teaches that when the Purusha becomes aware of itself as distinct from Praakriti it is liberated - so knowledge is the liberator. The Yoga takes the alternative route - it advocates the control of Praakriti - through austerity, discipline and meditation - the implication being that by such control, the chitta would be purified thus indirectly effecting the liberation of the Purusha. Liberation annot be achieved by mere knowledge - discipline of body and mind too is needed.
ASHTANGA MAARGA Since the mind is intimately connected with the body, the regulation of the mind requires the control of the body too. To this end the Yoga offers the eight fold (ashtanga) method : 1. Yama or abstention - ahimsa or non-violence is the greatest virtue and all virtues are said to be based on it. We should also abstain from falsehood, theft, incontinence and avarice. Not only should we refrain from sinful acts, but we should also cultivate friendliness, compassion, cheerfulness and indifference to pleasure and pain. 2. Niyama or observance - Purification of both the body and mind, contentment, practicing austerity/forbearance of opposites, study of spiritual treatises and devotion to God. 3. Asana or posture - the yoga gives us a discipline to perfect the body to gain beauty, grace, strength and hardness. 4. Praanaayaama or regulation of breath - as the breath, so the mind. Respiratory exercises to indirectly calm and control the mind. 5. Pratyaahaara or withdrawal of the senses - the mind feeds on the objects and experiences presented to it by the senses. So the senses themselves should be controlled. 6. Dhyaanam or fixed attention - eka chitta or one pointed concentration on an object by the mind is the first step towards the control of the mind. 7. Dhaarana or contemplation 8. Samaadhi or meditative concentration - it is the state leading to deliverance. There are two stages to it - samprajnaata and asamprajnaata. Samprajnaata is a state of intense concentration on a single object with the goal of restraining the modifications of the chitta. In the process of such intense meditation, the knower and the known merge into one. But this is not the Purusha in itself for one is still conscious of the object in this state. It's just that the knower itself becomes the known.
12:09 AM
20020807
{om}
O meu assunto principal aqui não é propriamente uma religião ou uma filosofia. Meu assunto principal é conversar sobre toda forma de transcendência e da busca de ser melhor (evoluir, encontrar um caminho), da compreensão da vida, do cosmo e de tudo que há "além", etapa vital à etapa final. Há um interesse intenso neste momento pelas filosofias da Índia, e por isso traterei com mais frequência do Jainismo, do Sankhya, do Yoga, do Bramanismo, do próprio Budismo e do Tantra. Essas são as filosofias da Índia, que englobam as mais ortodoxas como o Bramanismo e o Yoga (que aceitam os Vedas como escrituras sagradas) e as mais heterodoxas como o Budismo (que não aceitam integralmente a autoridade dos Vedas, entre outras coisas).
Aqui, tudo está e sempre estará em estado de aprendizado eterno, irrigado por extensa e sacramentada bibliografia, mas, principalmente, orientado pela própria experiência, que não substitui nada. Meditação, yoga, ayurveda e tudo mais, tudo com o mesmo objetivo, que na prática se transmutam na mesma coisa.
Pra não ficar esotérico, chamo minhas duas primeiras testemunhas, o Hinduísmo ortodoxo (que eu acredito que posso tomar genericamente por Vedanta) e o Yoga - ambos como nós o conhecemos aqui.
Abaixo, "Nine Beliefs of Hinduism", conforme publicado no Religious News Service in Washington DC (EUA), em 1995, com o objetivo de informar a comunidade americana da cultura e filosofia da Índia. Desculpe estar em inglês, a meta é traduzi-lo para o português em breve e republicá-lo aqui. Nine Beliefs of Hinduism 1. Hindus believe in the divinity of the Vedas, the world's most ancient scripture, and venerate the Agamas as equally revealed. These primordial hymns are God's word and the bedrock of Sanatana Dharma, the eternal religion which has neither beginning nor end. 2. Hindus believe in a one, all-pervasive Supreme Being who is both immanent and transcendent, both Creator and Unmanifest Reality. 3. Hindus believe that the universe undergoes endless cycles of creation, preservation and dissolution. 4. Hindus believe in karma, the law of cause and effect by which each individual creates his own destiny by his thoughts, words and deeds. 5. Hindus believe that the soul reincarnates, evolving through many births until all karmas have been resolved, and moksha, spiritual knowledge and liberation from the cycle of rebirth, is attained. Not a single soul will be eternally deprived of this destiny. 6. Hindus believe that divine beings exist in unseen worlds and that temple worship, rituals, sacraments as well as personal devotionals create a communion with these devas and Gods. 7. Hindus believe that a spiritually awakened master, or satguru, is essential to know the Transcendent Absolute, as are personal discipline, good conduct, purification, pilgrimage, self-inquiry and meditation. 8. Hindus believe that all life is sacred, to be loved and revered, and therefore practice ahimsa, "noninjury." 9. Hindus believe that no particular religion teaches the only way to salvation above all others, but that all genuine religious paths are facets of God's Pure Love and Light, deserving tolerance and understanding. Embora diga essencialmente a mesma coisa, o hindunet.org dispõe 11 elementos essenciais da filosofia hindu, que são:ESSENTIAL ELEMENTS Harmony of religions: All true religions lead to the same goal. Revere all great teachers and prophets of all religions, respect their teachings as the same eternal truths adopted to the needs of different peoples at different times. Hindus do not seek to convert. Incarnation: Whenever righteousness declines and unrighteousness rises, God incarnates himself on earth to restore righteousness. Non Violence: Non-violence, non-injury and non-killing (Ahimsa). Doctrine of Karma: Belief in the doctrine of Karma and rebirth. Ignorance viewed as cause of bondage. Unity of Existence: All things and beings are the manifestation of one Supreme Being. When the mind is transcendent through spiritual experience, the Universal spirit is seen as the sole essence of the universe. Dharma: Righteousness and good moral and ethical practices in accordance with the scriptures. Includes all duties -- individual, social and religious. Humanism: Equality of all human beings, regardless of caste, color and creed. Respect and reverence for womanhood. Atman: Essence of all living things and beings is Atman, infinite and eternal, unchanging and indivisible. True nature of the individual is the Atman, which is one with the underlying reality of the Universe. There is but one being, one reality "Thou art That". Reality: The Supreme Reality (Brahman) is both formless and with form, impersonal and personal, transcendent and imminent. The supreme reality becomes manifest in various aspects and forms, and is known by various names. There are various ways by which individuals, in accordance with his/her temperament can realize God. Moksha: Freedom from cycle of birth and death. To make an individual a better person, so that he/she can live harmoniously in this world and seek union with God. Authority: Non-reliance on a single book. Has many sacred writings Vedas, Upanishads, Brahma sutra, Sutras, Bhagwad Gita etc. Talvez a única informação essencial não contida nesses dois textos seja um pequeno olhar no mundo do deus multifacetado hindu. Para isso, pedi ajuda ao Religious Tolerance, que dá uma amostra do Trinitarismo bramânico:Some view Hinduism as Trinitarian because Brahman is simultaneously visualized as a triad: - Brahma the Creator who is continuing to create new realities - Vishnu, (Krishna) the Preserver, who preserves these new creations. Whenever dharma (eternal order, righteousness, religion, law and duty) is threatened, Vishnu travels from heaven to earth in one of ten incarnations. - Shiva, the Destroyer, is at times compassionate, erotic and destructive. Strictly speaking, Hinduism is a henotheistic religion - a religion which recognizes a single deity, but which recognizes other gods and goddesses as facets or manifestations or aspects of that supreme God. Há milhões de fontes de informação sobre as impressionantemente amplas e detalhadas filosofias da Índia, mas eu aconselharia mais duas fontes excelentes para fazer parte desta introdução. 1. BBC Religion & Ethics: Hinduism. 2. Three States of Consciousness, as taught by Sri Ramana Maharshi. (role a página e veja que há mais informação sobre o tópico)
11:45 PM
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Uma pessoa me disse que o único problema importante do nosso blog é que algumas idéias ficam "no ar" porque a gente até sabe (tomara!) do que está falando, mas não necessariamente o curioso eventual que vem espiar aqui. Então, achei útil fazer algumas definições básicas sobre o budismo, que é o meu assunto principal aqui. Fique à vontade para fazer o mesmo em relação a qualquer outra filosofia da sua preferência. O texto abaixo é uma tradução simplificada de um texto criado em 1945 por Christmas Humphreys, da Sociedade Budista de Londres, e aprovado pelos líderes de todas as grandes tradições budistas.
Doze Princípios do Budismo 1. A auto-salvação é a tarefa mais imediata para cada um de nós. Em vez de perder tempo com questionamentos metafísicos, é necessário começar imediatamente a aprender e progredir através de experiência direta e pessoal de vida. 2. O primeiro fato da existência é a lei da impermanência. Tudo o que existe atravessa um ciclo, passando pelas fases de nascimento, crescimento, velhice e morte. A vida é um estado de permanente fluxo. O apego às formas passageiras desse fluxo causa sofrimento. 3. A impermanência também vale para a "alma". Não existe no indivíduo um princípio eterno e imutável. Somente a Realidade absoluta é perene, e os indivíduos são apenas manifestações temporárias dessa Realidade. 4. Tudo tem causa e efeito. O nosso estado presente é o resultado de todas as nossas ações passadas. O karma ("ação e reação") governa a existência humana. Somos completamente responsáveis pelo nosso estado passado, atual e futuro. O processo de auto-aperfeiçoamento que conduz à liberação final é longo e envolve muitas vidas sucessivas, mas eventualmente todos os seres se iluminarão. 5. A vida é uma só e indivisível, embora sua manifestação seja em inúmeras formas divididas. A morte para o todo não existe, embora cada parte esteja destinada a morrer. A noção da unidade da vida gera a compaixão - um senso de identidade com todos os seres vivos. 6. Se a vida é uma, os interesses da parte devem ser os mesmos do todo. Na sua ignorância, cada um luta para que prevaleçam seus interesses pessoais, mas a energia assim desviada para propósitos egoístas produz sofrimento. O Buda ensinou Quatro Nobres Verdades: 1) a onipresença do sofrimento; 2) a causa do sofrimento, desejos equivocadamente dirigidos; 3) a erradicação do sofrimento pela eliminação de suas causas; 4) a prática de auto-aperfeiçoamento para esse fim, chamada de Óctuplo Caminho. 7. O Óctuplo Caminho consiste em: 1) compreensão correta; 2) motivação correta; 3) fala correta; 4) ação correta; 5) meio de vida correto; 6) esforço correto; 7) concentração mental correta; 8) meditação correta. 8. O budismo não é teísta. A Realidade absoluta e sem limites está além de todas as descrições e categorias humanas. Portanto, transcende até os nossos conceitos de divindade, porque ao atribuirmo-lhes propriedades, nós a estamos limitando. O Buda não é um deus. Ele foi um ser humano comum que, mediante esforço próprio, atingiu a liberação final das limitações da individualidade; uma supraconsciência ou insight transcendental, usualmente chamado de "iluminação" ou Nirvana. Todos os seres humanos, sem exceção, têm o potencial de atingir esse mesmo estado final. 9. O processo de autodesenvolvimento é chamado de "Caminho do Meio", pois transita entre os opostos, evitando todos os extremos. O Buda experimentou pessoalmente e rejeitou os extremos da autogratificação e da automortificação. A única fé requerida de um budista é a crença razoável de que o caminho percorrido por um mestre será válido para ele também. 10. É fundamental para a prática que a pessoa se dedique à meditação. Ela deve aprender a destacar-se das emoções passageiras. A faculdade de observação das circunstâncias do momento permite manter as ações sempre equilibradas. 11. Não se reconhece nenhuma autoridade final externa sobre a verdade; somente a intuição do próprio indivíduo. Cada qual sofre as consequências dos próprios atos e aprende a partir disso. Os monges e estudiosos são professores e exemplos, mas não são intermediários entre o adepto e a Realidade. Nenhuma oração pode impedir um efeito de seguir-se à sua causa. Tolerância absoluta deve ser observada em relação a todas as religiões e filosofias, pois ninguém tem o direito de interferir na jornada espiritual alheia. 12. O budismo não é pessimista nem escapista; não afirma nem nega a existência de Deus; não possui dogmas; é intelectual e psicológico ao mesmo tempo; não é estritamente uma religião, nem uma filosofia, nem um meio de vida, mas relaciona-se com tudo isso; respeita todos os pontos de vista; aceita a ciência, a religião, a ética e a arte; e insiste na auto-suficiência do ser humano e no seu poder como criador do próprio destino. O resumo a seguir é adaptado de um texto preparado em 1891 pelo presidente da Sociedade Teosófica, Coronel H. S. Olcott, e aprovado pelos chefes de todas as grandes escolas budistas, menos a Shin (Terra Pura). Serve como um complemento ao anterior, de um ponto de vista diferente.
Crenças Budistas Fundamentais 1. Os budistas são ensinados a serem igualmente tolerantes, amistosos e compassivos com todos os seres humanos, sem distinção, e a respeitarem igualmente todos os demais seres vivos. 2. O Universo evoluiu, não foi criado. Funciona de acordo com leis próprias, não movido por uma vontade divina. 3. As verdades do budismo são naturais e ensinadas em diversas épocas por sucessivos seres "iluminados", designados pelo título Buddha ("desperto"). 4. O quarto Buda do presente kalpa (era cósmica) foi o Shakyamuni ("Sábio do Clã Shakya"), de nome Siddhartha Gautama, que nasceu no norte da Índia há 2500 anos e abandonou a vida de príncipe para ser um asceta. Insatisfeito, abandonou também a vida ascética e, por esforço próprio, finalmente atingiu a iluminação aos 35 anos. A seguir, ele fundou uma ordem (a Sangha) para propagar seus ensinamentos (o Dharma) e fez pregação itinerante até sua morte, aos 80 anos. 5. O Buda ensinou que a ignorância causa o desejo, o desejo insatisfeito causa a reencarnação e esta causa o sofrimento. Para parar de sofrer, é preciso escapar à reencarnação; para isso, deve-se extinguir o desejo; para isso, é preciso destruir a ignorância. 6. A ignorância faz assumir que o renascimento é inevitável. A ignorância também gera a idéia de que esta vida é nossa única existência e que à morte segue-se a recompensa eterna ou o tormento eterno. 7. A dispersão da ignorância se obtém pela prática perseverante de altruísmo, desenvolvimento da inteligência, aumento da sabedoria e destruição dos desejos inferiores. 8. A vontade de viver causa a reencarnação; com o fim da necessidade das reencarnações, o indivíduo aperfeiçoado atinge a paz de espírito total, conhecida como Nirvana. 9. O Buda ensinou as Quatro Nobres Verdades: a) a miséria da existência; b) a sua causa, que é o desejo sempre renovado de se satisfazer, sem ser jamais capaz de alcançar essa satisfação totalmente; c) a possibilidade de destruição desse desejo; d) o método para tal, baseado em oito práticas - atenção correta; pensamento correto; fala correta; ação correta; meio de vida correto; esforço correto; concentração correta; meditação correta. 10. A prática correta conduz à iluminação, ou seja, ao desenvolvimento da qualidade búdica, que é latente em cada ser humano. 11. A essência do budismo conforme ensinada pelo Tathagata (Buda) resume-se nisto: "cessar de praticar o mal, acumular virtude, purificar o coração." 12. O universo é sujeito a uma lei de causa e efeito, o Karma. Os méritos e deméritos passados determinam nossa condição presente. Cada um prepara hoje as causas dos efeitos que irá experimentar no futuro. 13. Para obter "bom karma", basta seguir cinco preceitos morais: 1) não matar; 2) não roubar; 3) não praticar atos sexuais ilícitos; 4) não mentir; 5) não se intoxicar com bebidas e drogas. Cinco preceitos suplementares são seguidos pelos que optam pela vida monástica a fim de atingir a libertação mais rapidamente. 14. O budismo desencoraja a credulidade supersticiosa. Ele também ensina que ninguém deve crer em nada que é dito por um sábio, escrito em algum livro ou afirmado por uma tradição, se não estiver de acordo com a própria razão.
12:54 AM
20020806
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Zen/Chan Buddhism - BuddhaNet File Library. Dezenas de textos zipados incluindo "D.T. Suzuki Paper on History of Zen, c. 1906.", "Minutes to Enlightenment (The Demystification of Zen)" e "Alan Watts on Zen Buddhism".
12:57 PM
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BuddhaNet in association with Asiapac Publishing Presents SAYINGS OF BUDDHA Teachings on Spiritual Cultivation Illustrated and Interpreted by Tsai Chih Chung
12:52 PM
20020805
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Geek Zen (Originalmente escrito em 22 de agosto de 2001 e publicado no Spam Zine)
O Mestre Baso ia enviar uma mensagem e perguntou ao seu discípulo Hyakujô: - Diga-me, o que é isso? - É um email, Mestre. O Mestre clicou em Send e a janela sumiu. - E agora, para onde ele foi? - Foi embora... pela Internet... - respondeu, hesitante. Baso agarrou o discípulo pelo nariz e puxou-o com força. O rapaz gritou de dor. - Não foi embora coisa nenhuma! - gritou o Mestre. Nesse instante, Hyakujô atingiu a Iluminação.
- Mestre, qual é a natureza de Buda? - O startup acabou.
Um monge veio ter com Joshû (Zhaozhou) e disse: - Por favor, vim pedir que me ensine o auto-aperfeiçoamento. - Você já salvou o seu arquivo? - Já. - Então vá fazer o backup.
- Mestre, qual é o significado do Zen? - Eu gostaria de explicar, mas preciso agora responder a essa mensagem pelo ICQ. Pense nisso... Uma coisa tão simples, mas só eu posso fazê-lo para mim, e ninguém mais.
Hui-Nêng, o Sexto Patriarca, disse: - A verdade e as palavras não estão relacionadas. Posso usar meu browser para acessar o seu site, mas a janela do meu browser não é o seu site e não é necessária para ele ser visto, certo?
O Mestre Ikkyû fora esperto desde garoto. Certa manhã, ainda jovem, formatou acidentalmente o HD do seu mestre. O mestre apareceu e ele começou a falar primeiro: - Mestre, por que as pessoas morrem? - Isso é natural, filho. Tudo neste mundo nasce e morre. - Mestre, o seu disco rígido morreu.
Deshan (Tokuzan) ficava horas em chat com o Mestre Longtan (Ryûtan), decidido a aprender o que pudesse com ele. Certa noite, o Mestre resolveu despedir-se como de costume. - Até amanhã, durma bem... - Mas o seu arquivo ainda não terminou de baixar. Sem dizer nada, o Mestre cortou a conexão imediatamente, deixando o download pela metade. Nesse instante, Deshan teve a sua Iluminação.
Frase do budista leigo Pang: - Ah, veja os pixels: cada um no seu lugar certo.
Um monge vivia viajando e conversando com os Mestres Zen. Um dia ele foi falar com o monge Dokuon e para ele proclamou orgulhosamente seu nível de iluminação, recitando a famosa frase: - A mente, o Buda e todos os seres são vazios. A verdadeira natureza de tudo é o vazio. Sem a menor cerimônia, o mestre agarrou e deu um restart a frio no laptop dele, que estava cheio de programas abertos. O monge ficou possesso: - Mas o que foi que você fez? - Se tudo é vazio como você disse, de onde é que veio esse gênio? No mesmo instante, o monge obteve a Iluminação.
9:34 PM
{om}
A tese sobre o racionalismo se transformar em irracionalismo e o exemplo do afeto do Fromm são insights preciosos.
6:29 PM
{om}
Também tenho a impressão que o Zimmer exagerou um pouco ao escolher a expressão "plenamente" para a frase em questão. Todavia, mas, entretanto, contudo, porém, há que se notar que o livro é de 1951. Na primeira metade do século, realmente, o capitalismo vendia seus sonhos mais lindos, a propaganda e os meios de comunicação de massa começavam a espalhar isso para todo o país, todo o continente, todo o mundo, e o hedonismo começava a achatar o que viesse na frente com sua embalagem bacana e seus resultados imediatos, ganhando consistência com a tecnologia - que prometia que tudo poderia ser descoberto e desmistificado em algum prazo próximo. Eu escolheria a expressão "praticamente" para a mesma frase. "Na prática", havia uma safistação, ainda que no íntimo, numa análise profunda - na "teoria" - houvesse peças faltando nesse quebra-cabeça, e no mínimo uma peça fundamental. É a peça que se encaixa justamente a partir da primeira frase do mesmo texto do Zimmer: "hoje, os altos vôos especulativos carecem de interesse pra nós". Esta frase está correta, e casa novamente com a história da placa de Platão em homenagem a Pitágoras. Ou seja, a ilusão de satisfação baseada no trivarga foi tão grande que esmaeceu a "busca fundamental" (na verdade ela já não existia mais, porque algo tinha sido encontrado).
Apesar do deslize, que revela uma certo incômodo do Zimmer ao escrever sobre o assunto, o texto é primoroso e bastante válido hoje. O trecho do Erich Fromm idem, na mesma linha de pensamento, mas me soou mais contemporâneo. Sem falar que ele cita Descartes, nosso colega que é peça fundamental na história do homem e do pensamento humano, mas que já levou uns tabefes aqui. ;)
6:23 PM
{zen}
Buckminster Fuller - inventor excêntrico, criador da construção geodésica - era um pensador alternativo com influência na geração Beat e nos geeks descolados. Na atual época pós-bolha e pós-11/9, seria rapidamente posto no hospício devido ao seu otimismo dissonante. Ele garantia que, no longo prazo, o ser humano está "fadado ao sucesso". Para ele, no longo prazo a evolução é uma ocorrência inexorável. Ele até bolou cálculos e fórmulas para provar que a humanidade, apenas empregando melhor a tecnologia do século 20, já poderia ter erradicado todas as formas de escassez e desigualdade, e assim anulado a motivação mais fundamental de todas as guerras: domínio de recursos materiais. É um pensamento político ingênuo, se se pensar que foi contemporâneo à Primeira Guerra Fria. Mas Bucky tem a minha simpatia porque provou com o próprio exemplo que dá para se conceber soluções tecnológicas mais eficientes por um enfoque rigorosamente humanístico, ecológico e igualitário. Nos últimos 30 anos houve grande evolução no campo material para quase nenhuma no campo das idéias. O obscurantismo intelectual, a insanidade econômica e a truculência política imperam. E quem comanda a sociedade tecnológica não são governos, mas corporações megalíticas com um modelo de "negócio=poder" baseado exatamente na manutenção da desigualdade. Num outro extremo... Lembra aquela propaganda da tesourinha escolar da Xuxa, em que uma menina de seis anos ria e falava para a câmera "eu teeenho, você não teeem"? No plano individual, a cultura da desigualdade nos é muito cara. Ela é martelada na nossa cabeça desde que somos bebês pré-falantes até o nosso último dia. "Vencer na vida!" "Competitividade!" "Primeiro da classe!" "Nível sócio-econônico!" "Líder do segmento!" "Campeão de audiência!" "Dono do Mundo!" "Emergente!" "Top of Mind!" Não apenas à falta de um sentido mais claro para a vida, mas também porque relações de poder fazem parte da nossa fiação cerebral, vêm dos genes. Os gurus vão lhe dizer que isso pode ser completamente superado, e o grande desafio é exatamente esse: transcender as limitações causadas pela ilusão da individualidade autônoma e estabelecer uma relação mais sadia com o mundo. Muitos dizem que a nossa evolução pessoal é inevitável, por ser um caminho de mão única - a experiência se acumula, mas não se anula. Isso concorda com a idéia de Bucky. Cientistas da atual geração, pelo seu lado, já postularam que a complexidade organizada da matéria - da qual somos exemplos caminhantes - é uma tendência básica do universo, também concordando com Bucky.
2:17 AM
{zen}
Uma coisa em que discordo no texto do Zimmer é "aferrados que estamos à perseguição de artha, kama e dharma, e - como se isto não bastasse - nos sentindo plenamente satisfeitos de que assim seja". Satisfeitos? Não sei não. Segue um pedaço de Erich Fromm sobre esse assunto em The Gospel According to Zen:
Man has followed rationalism to the point where rationalism has transformed itself into utter irrationality. Since Descartes, man has increasingly split thought from affect; thought alone is considered rational - affect, by its very nature, irrational; the person, I, has been split off into an intellect, which constitutes my self, and which is to control me as it is to control nature. Control by the intellect over nature, and the production of more and more things, became the paramount aims of life. In the process man has transformed himself into a thing, life has become subordinated to property, "to be" is dominated by "to have." Where the roots of Western culture, both Greek and Hebrew, considered the aim of life the perfection of man, modern man is concerned with the perfection of things, and the knowledge of how to make them. Western man is in a state of schizoid inability to experience affect, hence he is anxious, depressed, and desperate. He still pays lip service to the aims of happiness, individualism, initiative - but actually he has no aim. Ask him what he is living for, what is the aim of all his strivings-and he will be embarrassed. Some may say they live for the family, others, "to have fun," still others, to make money, but in reality nobody knows what he is living for; he has no goal, except the wish to escape insecurity and aloneness.
Hoje nós nos damos a fases de questionamento existencial a que as gerações passadas nem tinham direito. Temos mais liberdade intelectual. Que não estamos aproveitando bem.
12:07 AM
20020804
{zen}
Devido à deficiência em sinais diacríticos adequados e - pegadinha forte no caso do sânscrito - que estes sejam entendidos por todo mundo... acho que devemos usar sempre as grafias não-oficiais que deixem a pronúncia mais difícil de confundir. Exemplo: moksa se pronuncia moksha e assim aparece em minha literatura de referência em inglês. Existem sutilezas, como jnana = jñana, em que mal se nota a diferença na mudança do n para o ñ... ou dukka = duhkha e sangha = samgha, casos em que até os acadêmicos não entram em acordo. Um tratado sobre o assunto explica que as línguas românicas e o sânscrito têm em comum uma pronunciação mais precisa e nítida que o inglês. De acordo com aquele texto, "o inglês é falado com a mandíbula e o sânscrito com os lábios". Isto é, este produz uma diferenciação maior dos fonemas através da conformação da abertura da boca. E essa é uma característica que temos também no português do Brasil, facilitando a coisa para o nosso lado.
11:36 PM
{om}
Idéia genial e muito espirituosa a do Platão e sua placa em homenagem a Pitágoras.
3:30 PM
{om}
Mais um trecho de Filosofias da Índia, de Heinrich Zimmer. Fim do Capítulo 1 - O Encontro do Oriente e Ocidente (subtítulo "Liberação e Progresso"):"(...) Hoje, os altos vôos especulativos carecem de interesse pra nós. Não fundamentamos nossas existências em fascinantes ou consoladoras interpretações globais da vida e do universo, seguindo linhas como as da teologia tradicional ou as da abtração meditativa; preferimos as questões minuciosas de nossas inúmeras ciências sistemáticas. Ao invés de uma atitude de aceitação, resignação e contemplação, cultivamos uma vida de incessante movimento provocando mudanças a cada instante, melhorando umas e planejando outras, submetendo os crescimentos naturais e espontâneos do mundo a um programa. No lugar daquele arcaico objetivo de compreender a vida e o cosmo como uma totalidade, temos por ideal um entendimento altamente especializado, fruto de uma atividade sempre mais sutil e variada com o domínio de detalhes concretos. A religião e a filosofia transformaram-se em ciência, tecnologia e economia política. Conformo o exposto e sendo moksa* o objetivo principal da filosofia indiana, podemos muito bem nos perguntar se temos as devidas qualificações para a compreensão dessa doutrina distante, aferrados que estamos à perseguição de artha, kama e dharma**, e - como se isto não bastasse - nos sentindo plenamente satisfeitos de que assim seja.
Deste modo, deparamos com outra das diferenças fundamentais entre as filosofias do Ocidente hodierno e do Oriente tradicional. Considerando do ponto de vista das disciplinas hindus e budistas, nosso enfoque puramente intelectual a todas as questões teóricas, que não estejam diretamente relacionadas com o trivarga***, pareceria diletante e superficial. Em tempos comparativamente modernos, ao londo de sua evolução, o pensamento ocidental tornou-se de todo esotérico. Supõe-se estar aberto à investigação de qualquer intelectual que satisfaça os requisitos gerais de: a) uma educação básica, e b) algum treino intelectual especializado que o habilite a prosseguir com o argumento. Mas não era esta a maneira nos tempos antigos de Platão. (o autor inclui aqui uma inserção em grego inviável de reproduzir): "Ninguém sem preparo em matemática pode cruzar este meu umbral". Diz-se que Platão fez com que gravassem essa advertência em cima da porta de sua academia em homenagem a Pitágoras e a seus contemporâneos e revolucionários matemáticos da Sicília, como Arquitas de Tarento. Ao passo que nos tempos modernos supõe-se que a educação secundária e quatro anos de universidade permitem o acesso ao sanctum sanctorum da verdade última. A Índia, neste aspecto, está com Platão; e esta era outra justificativa sustentada pelos professores da universidades americanas e européias ao recusarem a entrada do pensamento indiano ao templo que tinham construído para sua "filosofia". (*) moksa: a 4ª e última meta da vida indiana, a redenção ou liberação espiritual, a finalidade última, está acima em em posição inversa às outras três. (**) artha, kama e dharma: as três primeiras metas da vida indiana - ultra-resumida e aproximativamente, artha refere-se às posses materias, criação da riqueza, kama a prazer e amor, e dharma a ações morais, religiosas e legais. (***) trivarga: o nome usado para se referir às três primeiras metas da vida indiana, descritas acima (**).
3:14 PM
20020802
{om}
Já tínhamos aqui o Om Mani Padme Hum, The Meaning of the Mantra in Tibetan Buddhism (post de 8/jul), e agora temos uma explicação bem bacana "apenas" do OM, A Sílaba Sagrada. Cortesia do nosso colega Georg Feuerstein, do Yoga Research and Education Center (YREC).
12:55 PM
20020801
{zen}
Firmeza. Mas eu preciso falar com vc via ICQ, que aqui no trampo não rola email das contas pessoais - só leio em casa para não gastar o dia distraído.
6:34 PM
{om}
I'm going to do something about it too. Coming soon. ;)
5:25 PM
{zen}
Público, enfim.
5:14 PM
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